Desconfiança em alta: 58% dos brasileiros já não acreditam em Lula, segundo Ipsos-Ipec

A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta seu pior momento desde o início do mandato. Dados da nova pesquisa Ipsos-Ipec revelam que 43% dos brasileiros classificam o governo como “ruim” ou “péssimo”, o maior índice de reprovação registrado até agora. A avaliação positiva (“boa” ou “ótima”) caiu para apenas 25%, enquanto 29% consideram a administração “regular”.

A pesquisa, realizada entre os dias 5 e 9 de junho com 2 mil pessoas em 132 municípios, mostra uma tendência de deterioração constante, confirmada também por outros institutos como o Datafolha. Na comparação com o levantamento anterior, o número de insatisfeitos cresceu (de 41% para 43%), e a confiança no presidente caiu ao menor nível da série histórica: apenas 37% confiam em Lula, enquanto 58% afirmam não confiar.

A piora nos índices coincide com os escândalos envolvendo desvios em benefícios do INSS, revelados em operação da Polícia Federal, além das críticas recorrentes às viagens internacionais do presidente, que têm gerado desgaste mesmo dentro do próprio governo.

Desaprovação em alta, confiança em baixa

  • 55% dos brasileiros desaprovam a forma como Lula administra o país — também um recorde negativo.
  • A região Sudeste, que concentra 43% da população, apresenta os piores índices: 47% de reprovação e apenas 23% de aprovação.
  • A desconfiança também se alastra entre grupos que já apoiaram Lula: 23% dos que votaram no petista em 2022 afirmam não confiar mais nele.

Quem mais reprova Lula?

  • Ricos (renda > 5 salários mínimos): 59%
  • Mais instruídos: 51%
  • Evangélicos: 50%

Quem ainda sustenta o governo?

  • Nordestinos: 38% de aprovação
  • Menos escolarizados: 36%
  • Católicos: 32%

Apesar da retórica otimista de aliados, os números indicam uma crise de reputação e confiança que se aprofunda a cada mês. A diretora do Ipsos-Ipec, Márcia Cavallari, destaca que a imagem do presidente já está em queda desde dezembro de 2023, o que pode refletir não apenas má gestão, mas desgaste acumulado.