
A imprensa nacional, por meio de Nathalia Portinari, do UOL, escancarou o crescimento vertiginoso da participação da família do senador Marcelo Castro (MDB‑PI) em contratos públicos. O novo contrato de pavimentação, licitado no início de maio pelo governo do Piauí, elevou o volume de recursos captados pelos empreendimentos familiares para R$ 2,2 bilhões desde 2019 , verba proveniente majoritariamente do Orçamento federal, e executada por meio de emendas direcionadas pelo próprio senador .
A reportagem destaca que:
- O irmão Humberto Castro, via Construtora Ótima, foi contemplado com R$ 205 milhões em contrato para construção de uma barragem em Cocal através do PAC ;
- A Construtora Jurema, do outro irmão, João Castro, conquistou projeto de pavimentação de R$ 482 milhões em maio ;
- O grupo ainda envolve a Construtora Renata, do primo Lourival, componente que levou a soma global à marca bilionária .
O UOL destaca também que essas empreiteiras atuam exclusivamente no Piauí, frequentemente em licitações com influência explícita de Marcelo Castro — reforçando um modelo centralizado de distribuição de recursos. Enquanto a grande mídia nacional denuncia a “farra” com recursos federais em obras no Piauí, a imprensa local segue em silêncio. Isso ocorre mesmo com dados públicos mostrando concentração de contratos em um núcleo familiar de primeiro grau. A dúvida que permanece é: por quanto tempo continuará essa blindagem jornalística?
Segue o desconforto entre Welington e Rafael e a candidatura de Vinícius

O ministro Welington Dias colocou o bloco de Vinícius Dias na rua como pré-candidato a vice-governador na chapa de Rafael Fonteles. No entanto, Rafael não abre mão de ter um “Rafaboy” no posto , ou seja, um membro de sua equipe de confiança. Desde que retornou do Oriente Médio, Rafael teria mandado recado a Welington, sugerindo que Vinícius teria toda a estrutura necessária para disputar uma vaga na Câmara Federal. O recado, no entanto, teria sido ignorado. Para Rafael, Vinícius estaria sendo alçado ao cargo apenas para ganhar musculatura visando a eleição para deputado federal, algo que ele não concorda. Enquanto isso, bombeiros políticos, como o líder do governo na Alepi, deputado estadual Dr. Vinícius, entraram em campo. A expectativa é que, ao longo do fim de semana, Welington Dias e Rafael Fonteles cheguem a um acordo sobre a candidatura de Vinícius Dias. Por outro lado, Zé Santana segue reafirmando na imprensa que sua candidatura a deputado federal é irreversível. No entanto, sua possível nomeação para a nova Secretaria do Trabalho já está envolta em incertezas, pois Dantana representaria uma candidatura apoiada por Welington a câmara federal.
Comando da PM deve passar por mudanças, e coronel Lizete é o nome mais forte.

Uma disputa interna tem movimentado os bastidores da segurança pública. O secretário Chico Lucas, que vem realizando um trabalho de destaque à frente da pasta, não esconde seu desconforto com a permanência do coronel Scheyvan Lima, no comando da Polícia Militar. Scheyvan , é investigado pela própria Polícia Civil por atos de improbidade administrativa durante a gestão do ex-governador Welington Dias, período em que também ocupava o comando da PM. Chico Lucas já teria manifestado o desejo de trocar o comando da corporação, mas foi contido pelo governo, já que Seuvam é ligado ao grupo político de Welington Dias e, especialmente, à ex-vice-governadora Regina Sousa. No entanto, após a repercussão negativa envolvendo as regalias concedidas à vereadora Tatiana, presa e custodiada sob a responsabilidade da Polícia Militar, a queda do atual comandante tornou-se praticamente inevitável. O nome mais cotado para assumir o comando é o da coronel Lizete, atual diretora de Projetos Sociais da Secretaria de Segurança. Apesar de uma passagem polêmica pelo comando do 13º Batalhão, na região da Santa Maria da Codipi, Lizete é a preferida do secretário. Caso se confirme, será a primeira mulher a comandar a PM no estado — um marco histórico.
Fábio Novo e Georgiano fumam o cachimbo da paz por enquanto.

Intermediado pelo deputado federal Júlio César, os deputados estaduais Fábio Novo e Georgiano Neto finalmente fumaram o cachimbo da paz. Fábio vinha reclamando nos bastidores de que Georgiano estaria invadindo bases eleitorais de aliados, o que, segundo ele, poderia prejudicar a candidatura de seu pai, Joel Rodrigues, ao Senado. Diante da crescente tensão, Júlio César agiu rápido e promoveu um encontro entre os dois. Na reunião, ficou acordado que o inquieto Georgiano não disputaria mais bases eleitorais dentro do grupo aliado. Acredite quem quiser, mas quem conhece Georgiano sabe: ele não vai parar de atiçar as bases alheias. E é justamente por esse comportamento que Joel já aparece à frente do pai de Georgiano em algumas pesquisas de opinião.
Kassab bate o martelo: se Tarcísio for candidato à presidência, Georgiano será candidato ao governo.

Em meio às movimentações nacionais, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, começou a desenhar os cenários estaduais para 2026. Na relação de nomes fortes da sigla no Nordeste, Kassab destacou o prefeito de São Luís, Ricardo Braide — líder nas pesquisas no Maranhão — e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que alcançou João Campos nas últimas sondagens e vem melhorando sua aprovação, fortalecendo-se para a reeleição. Mas a grande surpresa veio ao falar do Piauí, o estado mais lulista do país. Kassab teria admitido, nos bastidores, que se Tarcísio de Freitas (SP) for mesmo candidato à presidência, o PSD terá sim candidato ao governo do Piauí. Embora Kassab não tenha citado nomes, para bom entendedor, meia palavra basta: ele falava de Georgiano Neto, hoje no MDB, mas já com caminho aberto para retornar ao PSD até abril de 2026. O movimento faz parte de uma fusão cruzada com o MDB — que, nesse xadrez, precisa ficar atento para não ser levado pelo “cheiro do queijo”… ou melhor, empurrado para a oposição.
Gracinha Mão Santa zanga com os Progressistas e se dissolve na planície litorânea.

A deputada estadual Gracinha Mão Santa acena que, na janela partidária de abril do próximo ano, migrará para a base do governo Rafael Fonteles — mais precisamente para o MDB. Mas o movimento pode acabar sendo um verdadeiro tiro no pé. Gracinha deixará o Progressistas, partido que esteve ao lado do seu pai, Mão Santa, nas duas gestões à frente da Prefeitura de Parnaíba. Foi justamente quando o grupo maosantista era perseguido pelos governos petistas, tanto na gestão de Wellington Dias quanto na de Rafael , que figuras como Ciro Nogueira e Júlio Arcoverde mantiveram firme o apoio a Gracinha e ao seu grupo. Vale lembrar que, na reeleição de Mão Santa, foi o Progressistas quem construiu a aliança histórica entre ele e o ex-prefeito Zé Hamilton, indicando o genro de Zé, Beto, como vice — sacramentando a vitória. As grandes obras federais e as emendas de orçamento que chegaram à Parnaíba também foram viabilizadas pelo Progressistas. Agora, ao sinalizar sua saída, Gracinha praticamente cospe no prato que comeu , e já paga um preço alto por isso. Perdeu apoios importantes na região, como o da prefeita Marina, de Ilha Grande, entre outras lideranças locais, o que visivelmente complica sua reeleição. Pior: Gracinha talvez ainda não tenha percebido que está fortalecendo a estratégia de dissolução do último reduto opositor ao PT no litoral piauiense , o próprio grupo maosantista. Como diz o ditado: quem viver, verá.